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BC defende convergência suave para meta de inflação

SÃO PAULO (Reuters) - Em um momento que a inflação acumulada em 12 meses ultrapassa os 6 por cento, o Banco Central disse nesta quarta-feira ser recomendável buscar uma convergência "mais suave" para as metas, e que irá trabalhar para que isso ocorra em 2012.
Em seu Relatório Trimestral de Inflação, o BC elevou a previsão para a inflação neste ano, de 5,0 para 5,6 por cento, mas cortou o cenário para o ano que vem de 4,8 para 4,6 por cento, de acordo com o cenário de referência.
No lado da atividade, o BC reduziu sua projeção de crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) deste ano de 4,5 por cento para 4 por cento.
"Está em curso moderação da expansão da demanda doméstica, em ritmo que, apesar de incerto, tende a se acentuar devido a ações de política já implementadas. Além disso, o Comitê pondera que a flexibilidade inerente ao regime de metas para a inflação permite que os efeitos primários do choque sejam acomodados", afirmou o BC no documento.
"Dito de outra forma, nas atuais circunstâncias, a boa prática recomenda buscar uma convergência mais suave da inflação para a trajetória de metas, à semelhança de estratégia adotada no passado pelo Banco Central."
O BC afirmou que sua estratégia pode eventualmente ser reavaliada, tanto na magnitude quando no momento das ações, mas que por enquanto visa 2012.
"O Copom ressalta que a estratégia de política monetária será implementada com vistas a conter os efeitos de segunda ordem do choque de oferta e a garantir a convergência da inflação para a meta em 2012."
A autoridade disse ainda que a probabilidade estimada de a inflação ultrapassar o limite superior da meta de inflação --que tem centro em 4,5 por cento e tolerância de 2 pontos para cima ou para baixo-- é de 20 por cento em 2011 e de 13 por cento em 2012.
DESACELERANDO
A revisão para baixo da estimativa de crescimento econômico deste ano deveu-se, principalmente, à "incorporação de dados preliminares do primeiro trimestre e da atualização do cenário macroeconômico para os seguintes".
"O atual ciclo de expansão da economia do país... registrou relativo arrefecimento nos dois últimos trimestres de 2010. A tendência de acomodação... deve persistir nos próximos meses, refletindo as ações de política monetária e de caráter macroprudencial, bem como a base de comparação mais elevada após a forte recuperação registrada ao longo de 2010, constituindo, assim, cenário favorável ao crescimento sustentável."
O prognóstico para a expansão da agropecuária neste ano aumentou de 0,5 por cento no relatório anterior para 1,9 por cento. A indústria deve crescer 4,2 por cento, abaixo da projeção anterior de 5,4 por cento. O cenário para o setor de serviços foi revisto de alta de 4,2 para 3,8 por cento.

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